terça-feira, 18 de junho de 2013

enigma de paraúna

Lendas de civilizações antigas e extraterrenas, pegadas de dinossauros, monumentos megalíticos, cemitérios indígenas e tantos outros grandes mistérios da terra podem ser encontrados na riquíssima arqueologia da Paraíba, um dos menores estados do Brasil (cerca de 56 mil km2). Seu terreno está incrivelmente coberto por mais de 500 sítios arqueológicos catalogados, nos quais inscrições pictográficas e pinturas rupestres vêm, há décadas, desafiando o mundo científico. As Itacoatiaras de Ingá, uma série de blocos de gnaisse, trazem esculpidos em rochas centenas de inscrições em baixo-relevo e são um dos monólitos mais intrigantes do planeta, segundo pesquisadores e estudiosos de todo o mundo. A Pedra de Ingá, como é mais conhecida, de tão surpreendente beira o irreal. Possui cerca de 23 m de comprimento, 3 m de largura e, em seu ponto mais alto, 3,8 m. O monólito está situado na região do Piemonte da Borborema, à 84 km de João Pessoa e à 30 km de Campina Grande. No sítio arqueológico, que abrange aproximadamente 2 hectares de área, cortada pelo Rio Ingá, são várias as interpretações encontradas para o monumento de pedra e suas simbologias fantásticas, que ficam em sulcos perfeitamente simétricos e polidos.

“As esferas, cruzes, espirais e linhas retas que aparecem representadas como um enigma no bloco de pedra, a princípio, não poderiam ter sido talhadas por mãos humanas”, é o que defende o tradutor suíço Hans Jorge Kesselring, pesquisador do assunto. De acordo com a Ancient Astronaut Society – cujo presidente é o escritor Erich von Däniken, autor de Eram os Deuses Astronautas? –, em artigo publicado, o monólito foi esculpido a laser, provavelmente por civilizações extraterrestres, tecnologicamente mais avançadas que a nossa. O artesão da Pedra de Ingá, segundo estudos astronômicos realizados pela Universidade Federal da Paraíba (UFPb), no final da década de 70, pode ter sido de uma população muito anterior aos índios que os portugueses encontraram no Brasil nos Séculos XVI e XVII, que teriam expressado em seus desenhos pictográficos 11 estrelas da Constelação de Órion. A mesma teoria, até hoje passível de discussão, foi documentada anos mais tarde pelo pesquisador Gilvan de Brito, em Viagem ao Desconhecido: Os Segredos da Pedra de Ingá.

No Sítio Queimadas, no município de Dona Inês, à 72 km de Guarabira (região do brejo paraibano), as inscrições rupestres da Pedra do Letreiro – bem mais representativas que as de Ingá – têm sido objeto de estudo intensivo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPb), em Campina Grande. No painel vertical, em vermelho, destacam-se figuras impressionantes que lembram torres, naves voadoras, seres de outro planeta, marcas de mãos e até sinais de um possível calendário desconhecido. O geógrafo Carlos Antônio Belarmino, professor da UEPb e pós-graduado em Meio Ambiente, conta que as marcas do passado foram deixadas por aldeamentos indígenas que povoaram a região. “Pressupõe-se que os índios mantiveram contatos com civilizações mais evoluídas e nos transmitiram aqui sinais de sua comunicação através da pintura rupestre”, informou o pesquisador à Revista UFO. De acordo com Belarmino, os bugres que habitavam o brejo paraibano usavam a tinta do jenipapo, urucum e sangue de animais para gravar suas pinturas nas rochas, isso há mais de 15 mil anos. Calcula-se que o local tenha sido uma espécie de santuário sagrado, provavelmente de culto às forças da natureza.

“Mas ainda não temos na literatura muita coisa que nos ajude a decifrar esses hieróglifos”, ressalta o professor, que ainda vê nos desenhos uma variação do alfabeto fenício e sumeriano. O escrivão de polícia Humberto Ferreira Santos, dono de uma propriedade rural em Dona Inês, diz que a Pedra do Letreiro é bastante visitada, principalmente por pessoas do exterior. Segundo ele, existem várias lendas sobre os insólitos desenhos pictográficos, entre elas, a que os associa à aparição fantástica de uma mulher. “Os vizinhos falam de uma moça bonita, de cabelos longos, que fica sentada em cima das pedras. Quando alguém se aproxima, ela desaparece”, narra. Já a caseira Maria Nunes da Silva pensa diferente. “Acho que ali tem uma grande mina. Debaixo da pedra se esconde um tacho cheio de ouro, uma grande fortuna”, comenta. Ela acredita na versão segundo a qual seres de outro planeta, vestidos como astronautas, teriam enterrado um tesouro em Dona Inês e marcado sua localização com os desenhos encantados do Letreiro. “A felicidade da gente tá acolá”, diz.

No interior do sertão paraibano, à mais de 420 km do litoral, Sousa destaca-se como um dos mais importantes sítios paleontológicos do mundo, com pegadas fossilizadas de megafauna (Tiranossaurus Rex, Iguanodonte Mantel), de aproximadamente 130 milhões de anos, encravadas na bacia do Rio do Peixe. Os primeiros relatos das pegadas datam de 1897 e foram descobertos por um morador numa localidade chamada de Passagem das Pedras, à 4 km do centro da cidade. A princípio, acreditou-se que as estranhas trilhas pertencessem a animais de criação. Em parte do município de Sousa e de outras 30 localidades nas proximidades – onde, aliás, se registram com abundância pegadas e rastros fossilizados de mais de 80 espécies de seres pré-históricos do período Cretáceo – está o Vale dos Dinossauros, área de proteção e fiscalização do patrimônio paleontológico nacional.

Na vasta área que compõe o vale, encontram-se também, porém em menor quantidade, outros achados, como chuva petrificada, vegetação primitiva e ossadas de megafauna. Quanto às pinturas rupestres, aparecem no Serrote do Letreiro (Sousa) e no Serrote da Miúda (São Francisco e Santa Cruz). Toda a região possui diversos sítios arqueológicos, destacando-se o Vale dos Dinossauros, a Pedra do Letreiro, as Itacoatiaras de Ingá, as Botas do Astronauta, as Pedra do Calendário e o Relógio de Sol, em Pilõezinhos.

crédito: eloir fuchs
 Pedra do Ing, na Paraba, onde estranhas inscries em baixo relevo indicam ao de seres avanados em nosso passado
Pedra do Ingá, na Paraíba, onde estranhas inscrições em baixo relevo indicam ação de seres avançados em nosso passado
 Gruta em Goiás – Estranhos objetos voadores não identificados, semelhantes aos UFOs relatados na atualidade, também estão representados em pinturas rupestres de uma gruta em Goiás. Na divisa dos municípios de Paraúna e Ivolândia, sudoeste goiano, monumentos e sinais de remotíssima Antigüidade estão gravados em enormes blocos de arenito vermelho que formam a Caverna das Incríveis Figuras. Desprovidos de qualquer informação histórica ou explicação científica, os desenhos rupestres que se encerram dentro da gruta ainda só podem ser interpretados a partir de uma visão transcendental de uma possível civilização que habitou a região no passado. O cartógrafo goiano Alódio Tovar, no final da década de 80, editou o livro O Enigma de Paraúna – A Face Oculta da Natureza, no qual retratou sua percepção acerca dos misteriosos símbolos da caverna. Segundo ele, as centenas de figuras emaranhadas reunidas no Painel Mágico – matizadas de cores brancas, vermelhas e outras variações –, embora com sinais de desgaste do tempo, são a síntese de uma simbologia esotérica criada há aproximadamente 10 mil anos, que o autor convencionou chamar de realismo fantástico.

Figuras cabalísticas, de labirintos, demônios, rostos humanos e seres antropomorfos são arquétipos que, segundo o autor, nunca foram encontrados antes em qualquer parte do mundo, reunidos num só sítio arqueológico. Tovar, em seu livro, chega a comparar a importância da Caverna das Incríveis Figuras com a geografia incomum dos desenhos do Planalto de Nazca, no Peru, e com os singulares cinzelamentos da Pedra de Ingá, na Paraíba. O ambientalista Antônio Carlos Volpone pesquisa a região das escritas selváticas de Goiás e explica os estranhos desenhos da caverna a partir da teoria do escritor suíço Erich von Däniken, segundo a qual havia uma época em que o mundo era visitado por discos voadores provenientes de outros planetas ou até de galáxias distantes. “A Gruta das Incríveis Figuras poderia ter sido habitada por ancestrais do homem que retrataram, em suas paredes, avistamentos de seres e objetos não identificados”, analisa Volpone. A gruta situa-se próxima à sede da Fazenda Marilda, que fica aos cuidados do caseiro Osvaldino Borges da Silva. Preocupado com a lida do campo, nunca chegou perto do sítio arqueológico. Calcula-se que a caverna tenha sido descoberta na década de 20, quando a Coluna Prestes passou pelo local, levando dezenas de fazendeiros a procurar abrigo em um dos milhares de morros sedimentares da região.


O Fenômeno Luz de BotaA Ilha de Santa Catarina, onde está situada Florianópolis, é também chamada de Ilha da Magia. Existem no local inúmeras histórias de fantasmas, feiticeiras e coisas estranhas que enriquecem seu acervo folclórico – dentre as quais destaca-se a “Luz de Bota”, que provavelmente tem relação com o famoso fenômeno da “Mãe do Ouro”, existente no interior do Brasil. Muita gente já avistou a tal luz, como “seu” Nonô, que a chama também de “Luz que Aparece”. De modo geral, seu surgimento é relacionado com as pescarias noturnas, quando uma luminosidade vermelha e pequena, semelhante a um cigarro aceso, se aproxima dos pescadores e caminha lentamente como se os estivesse observando.

“Não faz mal a ninguém... Mas não se pode mexer com ela”, diz seu Nonô. Também não é recomendável acender fósforo ou cigarro, pois, se isso é feito, a luz gira acima da cabeça da pessoa e emite faíscas de várias cores. Nesse caso, não adianta querer se livrar dela, porque a mesma a acompanha até sua casa – às vezes, chega a queimar a pele da testemunha. A Luz que Aparece ou Luz de Botas é pequena e, quando pousava nas dunas ou em algum morro mais próximo, aumenta sua luminosidade como uma grande fogueira, permitindo que se enxergue tudo ao redor. “Muitas vezes passeia no ar e depois, se ninguém mexe com ela, sobe e desaparece”, complementa seu Nonô. Segundo quem já observou a enigmática manifestação, a melhor proteção contra o mistério é rezar – apesar de se saber que a luz não faz mal a ninguém.

Muitas vezes o fenômeno chega a ficar a uma distância pequena das pessoas – cerca de 10 m. Aparece sempre solitária e sem horário definido, às vezes permanecendo visível por até 30 minutos, movimentando-se de um lugar para outro. Quanto à origem de seu nome, o mesmo vem do fato de que a luz projeta uma sombra para baixo, sugerindo a figura de uma bota. E como geralmente fica pairando a mais ou menos um metro de altura, a sombra pode tocar o chão, parecendo uma luz sobre uma bota caminhando na areia da praia. - Paulo Araújo Duarte

Atenção
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